Infância e tecnologia: qual o limite dessa relação?

Infância e tecnologia: qual o limite dessa relação?

O uso da tecnologia tem se tornado quase que algo obrigatório na nossa sociedade, ditando um estilo de vida extremamente conectado às mídias digitais. Nesse contexto, é preciso tomar cuidado com a relação que se estabelece entre infância e tecnologia.

Hoje, além da televisão e dos videogames, também os computadores, tablets e celulares rodeiam a vida das crianças. O uso cada vez mais precoce dessas tecnologias pode causar diversos riscos à saúde, como é o caso dos problemas de visão que as crianças têm desenvolvido ainda muito novas.

Diante dessa situação, mostramos, neste artigo, como a relação entre infância e tecnologia pode trazer riscos à saúde das crianças e os limites que devem ser estabelecidos para que essa relação não se torne prejudicial.

Os riscos do uso da tecnologia na infância

Várias teorias vêm sido utilizadas para associar o uso excessivo das TVs, computadores, celulares e tablets por crianças, especialmente antes dos 4 anos de idade, à distúrbios visuais, cognitivos, de aprendizagem e outros. Veja os principais!

Dores de cabeça

Uma das queixas mais comuns entre crianças e adolescentes é a cefaléia (dores de cabeça), que muitas vezes acontece devido ao uso exagerado dos meios digitais. A visão fica sobrecarregada, por conta de um esforço excessivo quando se passa muitas horas diante das telas, e acarreta, por consequência, constantes dores de cabeça.

Fadiga visual

A superexposição às telas dos dispositivos eletrônicos também é responsável pela fadiga visual precoce nas crianças. Isso gera uma série de sinais e sintomas indicando que os olhos precisam “descansar”. Muitas crianças apresentam irritação, podendo haver coceira, lacrimejamento, ardência, ressecamento e outros incômodos que podem acabar levando a problemas oculares crônicos.

Miopia

A miopia é caracterizada pela dificuldade de enxergar objetos à distância. Com o esforço visual excessivo e o hábito de utilizar os aparelhos — principalmente os dispositivos móveis — muito próximo dos olhos, há uma maior tendência de se desenvolver essa condição. Esse recorrente problema está diretamente relacionado ao uso abusivo dos aparelhos eletrônicos e vem afetando as crianças de modo preocupante. Alguns pesquisadores já alertam para uma possível epidemia de miopia no mundo.

Os limites na relação entre infância e tecnologia

Devido aos riscos que as crianças vêm sofrendo com o uso exagerado da tecnologia, a Academia Americana de Pediatria e a Sociedade Canadense de Pediatria estabeleceram recomendações limitando o tempo de exposição das crianças aos aparelhos eletrônicos.

Segundo as instituições, não se recomenda que as crianças comecem a ter contato com esses aparelhos, inclusive televisão, antes de 2 anos de idade. Além disso, não é indicado que crianças tenham acesso a dispositivos móveis, como celulares e tablets, isso deve acontecer apenas depois dos 13 anos de idade e é necessário haver orientação para o uso adequado e seguro.

Deve-se também delimitar um tempo máximo de uso por dia: para crianças de 2 a 5 anos, o tempo permitido é de até 1 hora; para crianças de 6 a 12 anos, a tolerância aumenta para 2 horas e aos adolescentes a partir de 13 anos são permitidas até 3 horas.

Também nessa perspectiva, a Sociedade Brasileira de Pediatria criou o Manual de Orientação para a Saúde de Crianças e Adolescentes na Era Digital. O documento acrescenta, dentre outras recomendações, que crianças de 0 a 10 anos não tenham televisão ou computador nos próprios quartos e que crianças menores de 2 anos não sejam expostas às telas digitais, principalmente durante as refeições e antes de dormir.

Percebe-se, então, que pode haver uma relação muito perigosa e prejudicial entre infância e tecnologia quando não se estabelece um limite para as crianças utilizarem as mídias digitais. É preciso encontrar um equilíbrio, para que a tecnologia atue de modo saudável e favorável ao desenvolvimento das crianças.

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